quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Charme e Inteligência


Decidi hoje explorar as padarias daqui da Galvão Bueno. Eis que me deparo, a uns 100 metros de onde moro, com uma padaria charmosíssima, toda vermelha com marrom e docinhos. Deliciosos docinhos; deliciosa padaria.
Logo que adentrei o ambiente, uma mulher veio receber-me, muito simpática, mostrando as opções. Escolhi o que comer, sentei-me e comecei a ouvir a conversa de duas mulheres, ambas beirando os 40, que aparentemente haviam acabado de se conhecer. Foi a conversa mais interessante alheia que já bisbilhotei em padarias: estavam discutindo a questão das matérias-primas brasileiras, da deterioração dos termos de troca, da Amazônia, do Nordeste.
Descobri dentro de alguns segundos que uma delas era cabeleireira. Fiquei espantada, confesso, mas talvez seja apenas a minha idéia de cabeleireiros do interior; não saberia dizer dos da capital, assaz especializados.
Fiquei feliz, primeiro porque senti orgulho de participar da cena, segundo porque eu estava havia dias tentando descobrir o que patriotismo significava para mim (depois de ter visto um programa na MTV, no qual uma garota afirmava ser patriota por usar em sua blusa a bandeira do Brasil, e também nas unhas. Então se eu uso uma blusa com a bandeira do Canadá eu sou..? Enfim.) Digo agora que, para mim, ser patriota é isso: discutir os problemas e maneiras de saná-los. Veja como isso funciona bem, especialmente em analogia com o ser humano: sei que é clichê, mas quem se ama se cuida.
Bom, como algum de vocês deve ter previsto, eu não me aguentei: fui lá conversar com as mulheres. Puxei conversa perguntando sobre salões daqui da Liberdade. Deu certo: uma delas vai me fazer um corte de cabelo, e eu estive em um outro mundo por alguns adoráveis instantes, onde as pessoas desconhecidas discutem coisas assim em padarias lindinhas.

7 comentários:

Naty-xaxa~ disse...

Nada melhor que matar a fome de (raros) encontros aleatorios que valem realmente a pena. E ainda acompanhada de um docinho de padaria. s2

decio h disse...

Ia perguntar se os docinhos são bons mesmo. Mas a conversa pareceu bem melhor. Eu conheci um sergipano, não tão estereotipado, à primeira vista, ele era patriota (com seu estado) num sentido bairrista. Tudo para ele tinha conexão com Sergipe. O salário dele lá era maior. A vida era melhor. As pessoas eram mais agradáveis. Ele dizia: se eu não me preocupar com as coisas de meu estado, quem fará isso?

Péptideo disse...

eu encontro amigos bebados nas padarias, no maximo.=/
as vezes, umas odontolandas bonitas..=)
e o q vc comeu?

Luana Harumi disse...

Queria ver um paulista fazendo esse discurso.
Embora o ápice tenha sido de fato a conversa, os docinhos eram bons sim. Acabei comendo um lanche natural, com suco de uva, e tortinha de brigadeiro. Dois extremos de calorias para atingir uma média. :D

leandro disse...

Você é paulista Lu ! ou não ?
Patriotismo é só na hora da copa, de resto eu quero mais é Coca-Cola, Nike, Volkswagen, Dell, Motorla, Suzuki, Outback, Marx, Hart, Dworkin, Habermas e Johnie Walker!

Luana Harumi disse...

Sou paulista sim, Le, mas nunca morei em outro estado pra sair fazendo discursos de como eu era feliz no estado de São Paulo.
Não sei porquê, mas eu tinha a leve impresão de que você ia citar Hart..
Huahuahua :)

decio h disse...

Paulistas fazem esse discurso, por isso o meu amigo sentia que o seu estado era desprezado. É muito comum se falar em Norte e Nordeste com preconceito nestas bandas mais ao sul. Não vou reproduzir, porque pode soar engraçado, mas é bem comum referências negativas à baianos, paraibanos.
A minha conclusão é de que É TUDO A MESMA M... (com perdão da expressão).